A acessibilidade no UX design visa garantir que produtos digitais sejam utilizáveis por todas as pessoas, independentemente de habilidades físicas ou cognitivas. No entanto, erros de acessibilidade ainda são comuns em sites, aplicativos e plataformas digitais, prejudicando a experiência de milhões de usuários.
Falhas como falta de contraste, descrições ausentes em imagens e navegação complexa podem excluir ou dificultar a navegação para pessoas com deficiências visuais, auditivas, motoras ou cognitivas.
Aqui, vamos explorar os erros mais comuns de acessibilidade no UX design e as melhores práticas para evitá-los, criando uma experiência digital mais inclusiva para todos.
Falta de contraste adequado entre texto e fundo
Um dos erros mais frequentes de acessibilidade é o uso de combinações de cores com baixo contraste entre o texto e o fundo. Pessoas com deficiência visual ou daltonismo, por exemplo, têm dificuldade para ler textos com contraste insuficiente, o que torna o conteúdo inacessível.
Como evitar: Use ferramentas de verificação de contraste, como o Contrast Checker do WebAIM, para garantir que as cores atendam às diretrizes de acessibilidade. A relação mínima de contraste recomendada é de 4,5:1 para textos pequenos e 3:1 para textos maiores. Para facilitar a leitura, opte por combinações de cores que ofereçam alto contraste e garanta que todo o texto seja legível em qualquer fundo.
Imagens e ícones sem textos alternativos (alt text)
Imagens e ícones sem textos alternativos são uma barreira para usuários que utilizam leitores de tela, como pessoas com deficiência visual. O texto alternativo, ou alt text, é essencial para descrever o conteúdo da imagem ou o significado do ícone, permitindo que leitores de tela interpretem essas informações.
Como evitar: Inclua descrições claras e objetivas nas imagens e nos ícones importantes para o entendimento do conteúdo. Se a imagem é apenas decorativa e não adiciona valor informativo, marque-a como “decorativa” ou use um alt vazio (alt=””) para que o leitor de tela a ignore.
Falta de navegação por teclado
A navegação por teclado é uma necessidade para pessoas com mobilidade reduzida, que não podem usar um mouse ou tela sensível ao toque. Quando uma interface não permite navegação por teclado, limita-se a acessibilidade para esse público.
Como evitar: Garanta que todos os elementos da interface sejam acessíveis pelo teclado, incluindo menus, links e botões. Utilize a tecla Tab para verificar se o foco navega de forma lógica e sequencial, seguindo a ordem de leitura esperada. É importante também implementar focus states visíveis nos elementos interativos para que os usuários saibam onde estão navegando.
Erros no uso de tags e estrutura semântica
A estrutura semântica de uma página é fundamental para garantir que leitores de tela consigam interpretar corretamente o conteúdo. Tags de cabeçalho como <h1>
, <h2>
, <h3>
, etc., devem ser usadas para indicar a hierarquia do conteúdo, mas muitas vezes são aplicadas de forma desorganizada ou omitidas, dificultando a navegação de quem utiliza tecnologias assistivas.
Como evitar: Use as tags de cabeçalho de maneira hierárquica e consistente. O <h1>
deve ser reservado para o título principal da página, seguido por <h2>
para subtítulos, e assim por diante. Isso cria uma estrutura clara e fácil de navegar, facilitando a interpretação do conteúdo por leitores de tela.
Elementos interativos pequenos ou difíceis de clicar
Botões e links pequenos dificultam a interação, principalmente para usuários com limitações motoras ou que utilizam dispositivos móveis. Elementos de navegação com tamanho reduzido podem gerar frustração e impossibilitar a realização de ações importantes.
Como evitar: Certifique-se de que os elementos interativos, como botões e links, tenham tamanhos suficientes para facilitar o clique. O tamanho mínimo recomendado para áreas interativas é de 44×44 pixels. Além disso, evite colocar botões muito próximos entre si para que os usuários possam clicar no elemento desejado sem dificuldades.
Falta de legendas e transcrições em conteúdos de vídeo e áudio
Conteúdos multimídia como vídeos e áudios devem ser acessíveis para pessoas com deficiência auditiva. A ausência de legendas e transcrições exclui essas pessoas de consumir esses conteúdos, especialmente quando se trata de informações importantes.
Como evitar: Adicione legendas sincronizadas a vídeos e transcrições para conteúdos em áudio. Plataformas como YouTube oferecem ferramentas automáticas de legendagem, mas o ideal é que as legendas sejam revisadas para garantir precisão. Transcrições também são importantes para pessoas que preferem ler ou que estão em ambientes onde o áudio não pode ser reproduzido.
Indicadores visuais de erro pouco claros em formulários
Erros em design de formulários podem ser frustrantes, especialmente quando os usuários não conseguem identificar qual campo precisa de correção. Mensagens de erro que não especificam o problema ou que não são visíveis para leitores de tela tornam o processo mais confuso.
Como evitar: Crie mensagens de erro claras e específicas para cada campo do formulário, indicando o problema exato e como corrigi-lo. Inclua também um aria-label
para que leitores de tela possam anunciar o erro. Use cores para destacar os campos incorretos, mas combine-as com outros elementos visuais (como ícones ou texto) para beneficiar usuários com deficiência visual ou daltonismo.
Ignorar testes de acessibilidade com usuários reais
Muitos UX designers e desenvolvedores não realizam testes de acessibilidade com usuários reais, confiando apenas em ferramentas automáticas de verificação. Embora essas ferramentas sejam úteis, elas não detectam todos os problemas de acessibilidade e podem deixar passar detalhes críticos.
Como evitar: Realize testes de usabilidade com pessoas que possuem diferentes tipos de deficiência. Isso permite que a equipe identifique dificuldades reais enfrentadas por usuários e entenda melhor suas necessidades. Trabalhar com feedbacks reais é uma das melhores maneiras de garantir uma experiência acessível e amigável.
Uso inadequado de cores para transmitir informações
Muitas vezes, cores são utilizadas como a única forma de destacar informações importantes, como status de um pedido ou resultados em gráficos. Essa prática dificulta a compreensão para pessoas com daltonismo ou outras deficiências visuais que limitam a percepção de cores.
Como evitar: Evite usar cores isoladamente para transmitir informações críticas. Em vez disso, combine as cores com rótulos, ícones ou padrões distintos que forneçam informações adicionais. Essa abordagem garante que todos os usuários consigam entender o conteúdo.
Falta de flexibilidade nas configurações de texto
Alguns sites e aplicativos não permitem que os usuários ajustem o tamanho ou o estilo do texto, o que pode dificultar a leitura para pessoas com deficiências visuais ou dificuldades de leitura. Interfaces com texto rígido reduzem a acessibilidade e a flexibilidade para os usuários.
Como evitar: Ofereça opções para que o usuário aumente o tamanho do texto ou ajuste o contraste da interface. Além disso, garanta que a interface seja responsiva e que o conteúdo não se sobreponha ou seja cortado ao aumentar o zoom. É importante que o design seja flexível para atender a diferentes necessidades.
Acessibilidade e o compromisso com inclusão
A acessibilidade é essencial para criar experiências digitais inclusivas e atender a um público diverso. Embora muitos erros de acessibilidade no UX design sejam comuns, eles podem ser evitados com atenção e boas práticas. Desde o uso correto de contraste e alt text até a realização de testes com usuários reais, cada etapa é uma oportunidade de tornar a interface mais acessível e convidativa para todos.
Implementar a acessibilidade de forma consistente não só garante conformidade com as normas legais, mas também promove uma experiência de usuário mais rica e satisfatória para todos. Lembrar que acessibilidade é um investimento em inclusão e representa um compromisso com a experiência digital como um todo.